Pense num comediante realmente grande, que foi reconhecido mundialmente pelo seu trabalho.
Pensou?
Então. Ele não era o bom rapaz. Ele era o moleque sem educação que falava o que ninguém queria ouvir. Ele não é o seu herói. Ele é o seu anti-heroi. Se o senso de justiça do homem comum é agradar a todos o do comediante é desagradar a todos igualmente. O comediante não é uma adorável companhia. Ele é um adorável Filho da puta! Isso é ser comediante de verdade!
Mas aqui no Brasil não se admira comediante de verdade. Porque a verdade não é admirável. Nossa cultura nos ensina a lucrar com a mentira. Rir com a verdade é algo que não entra na cabeça de ninguém por aqui. Aqui a verdade é feita para ser maquiada. A verdade não diverte ninguém. Assusta. Fiquemos então com os imitadores de Silvio Santos, os burros que falam palavras erradas, os trocadilhos, os contadores de anedotas, o atrapalhado que dá cambolhotas circenses, a gostosa semi-nua que faz biquinho e o cara em traje caricato que fala um bordão. Eles não incomodam ninguém.
E o comediante que ousar brincar com a verdade vai cair no esquecimento, de boicote em boicote. E pensando bem é possível que eu esteja indo, em poucos anos, exatamente para lá, para o esquecimento.
*Trecho de texto retirado de:
www.danilogentili.zip.net
sábado, 10 de abril de 2010
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